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terça-feira, 8 de julho de 2008

Vivemos numa sociedade de sociopatas

18/4/2007 15:46

Com o avanço científico, novas formas de entretenimento e o acesso ao computador, o meio mais rápido de comunicação, o que não é de hoje, vale ressaltar, o homem esqueceu-se de si próprio enquanto eu, enquanto a descoberta do seu ego e enquanto ser de um universo cada vez mais amplo e infinitésimo. Respostas antes questionadas e não respondidas eram até então deixadas de lado, pois a correria da vida moderna não permitia ao indivíduo dar-se ao luxo de buscar estas respostas que estavam adormecidas em seu inconsciente.

As patologias sociais derivam de traumas reprimidos em algum momento da vida da pessoa e ficam guardadas em seu inconsciente, manifestando-se em outras fases de sua vida adulta, segundo a visão psicanalítica e de acordo com a psicóloga Andréa Figueiredo Fernandes. Entre ?as patologias sociais estão as fobias como o medo de sair à rua devido a um trauma causado por um assalto ou por um sequestro. Nestes casos as pessoas adquirem um comportamento de medo, choro, os batimentos cardíacos se alteram e elas passam a se sentirem perdidas, fruto do transtorno pós-traumático. Outro caso são os condutores de carro que desenvolvem e aumentam a agressividade no trânsito muitas vezes causando vítimas fatais. Ainda de acordo com a psicóloga Andréa esses comportamentos são involuntários. Outro tipo de sociopatia são as pessoas que têm um prazer sórdido em fazer um subalterno, por exemplo, ser motivo de humilhações na frente de colegas de trabalho ou de outras pessoas mais próximos a ele e usar frequentemente um tipo de ritual para constrangê-lo?. Estas pessoas descarregam suas frustrações inconscientemente e se tornam sociopatas contumazes, o que requer um tratamento psicoterapêutico para que elas voltem ao convívio social.

Casos mais preocupantes para a sociedade são o avanço das agressões físicas e morais que muitos professores estão tendo de alunos rebeldes, rudes, mal educados e que estão certos de que não sofrerão nenhuma punição das instituições educadoras. A sociedade não pode conviver com esses tipos transgressores, que destilam suas ?mutações psico-afectivas? como se fossem meros portadores de distúrbios afectivos. Cabe também à família estar atenta para qualquer comportamento anormal apresentado por este ou aquele jovem, seja ele de que classe social pertença e tomar os devidos cuidados para sua reintegração na sociedade, buscando ajuda em instituições públicas ou particulares.

É muito fácil dizer por aí que ?hoje acordei de pá virada? e ?inconscientemente sair metralhando? aqueles que encontramos em nosso caminho, sem que tenhamos culpa alguma de traumas ou frustrações escondidas em inconscientes alheios aos nossos. Outra visão, segundo o psicólogo clínico António Melo Marques numa visão transpessoal, as sociopatias derivam da falta de condição afectiva do indivíduo de se projectar para fora de si e ver o outro como ele realmente é, com dramas, dificuldades e fragilidades comuns. O sociopata então por ser um indivíduo que em si tem um obstáculo de amar universalmente, fica preso a formas primitivas de amar, exigindo do outro uma compreensão que ele não tem sobre si próprio. É aí que ele ultrapassa os limites e age como se tivesse todo o direito de fazê-lo, como se fosse o dono do mundo, porque ele acha que a sociedade deve a ele esse modo de agir, gerando assim suas fobias, seus comportamentos nem sempre voluntários.

São duas opiniões, sem sombras de dúvida de que o ser humano não se domina de seus instintos mais primitivos e acaba cometendo uma série de transgressões que maltratam, injustiçam, amedrontam, enraivecem-nos e faz-nos reflectir que infelizmente não estamos preparados para tratar o outro como queríamos que fôssemos tratados.Os escândalos que abalaram a sociedade ultimamente são frutos de sociopatias destrutivas e conscientes de quem as produziu e devem ser punidas como exemplo de que o mal não vence o bem e o que está errado dentro do ser humano deve ser corrigido imediatamente para que a sociedade possa erradicar esses sociopatas urgentemente.

Mas, nunca é hora para tentar mudar o que há de errado conosco, pois como uma amiga da autora do artigo diz: "o que não presta tem que ser retirado, assim como as ervas daninhas que crescem no meio das boas ervas."

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